Obras de reconstrução concluídas!

Governador João Doria visitou o prédio nesta segunda-feira, 16 de dezembro de 2019. Instalação da nova museografia prossegue e será aberta licitação para a gestão do Museu, que inaugurará em junho de 2020.


O Museu da Língua Portuguesa encerra suas obras de reconstrução, com a completa recuperação arquitetônica e readequação de seus espaços internos.  Nesta segunda-feira, dia 16 de dezembro, o governador João Doria visitou o prédio para marcar a entrega das obras. Nesta data, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo lançou o edital de licitação para a contratação da Organização Social (OS) que fará a gestão do Museu. A reabertura está prevista para junho de 2020. Até lá a OS gestora realizará testes de funcionamento e treinamento de pessoal.

No início de 2020 a instalação da nova exposição será concluída e, ao longo do primeiro semestre de 2020, serão realizadas atividades culturais que mantêm o museu em comunicação com o público, como o Programa Educativo Escola, Museu e Território, envolvendo escolas e instituições culturais da região.

A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo em parceria com a Fundação Roberto Marinho e tem como patrocinador máster a EDP; como patrocinadores Grupo Globo, Grupo Itaú e Sabesp; e apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Governo Federal por meio da lei federal de incentivo à cultura. O IDBrasil é a organização social responsável pela gestão do museu.

As obras foram divididas em três fases: restauro das fachadas e esquadrias; reconstrução da cobertura destruída no incêndio e recuperação dos espaços internos. Também foram feitas ações de conservação da cobertura da Ala Oeste, que não foi atingida pelo fogo.

A reconstrução incorpora melhorias de infraestrutura e segurança, especialmente contra incêndios, que superam as exigências do Corpo de Bombeiros. Entre as novas medidas, está a instalação de sprinklers (chuveiros automáticos) para reforçar o sistema de segurança contra incêndio. No caso do Museu, os sprinklers não são uma exigência legal, mas foi uma recomendação dos bombeiros acatada para trazer mais segurança para o projeto. O museu também será reaberto com certificação ambiental e atenderá de forma mais ampla a acessibilidade universal.

A reconstrução foi aprovada e acompanhada de perto, em todas as etapas, pelos três órgãos do patrimônio histórico: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão de âmbito estadual; e Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).


Sustentabilidade: foco no selo LEED
As diretrizes de sustentabilidade pautaram toda a obra, com foco na obtenção do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) — um dos mais importantes do mundo na área de construções sustentáveis — na categoria Silver. Entre as medidas estão a adoção de técnicas para economia de energia na operação do museu; a gestão de resíduos durante as obras; e a utilização de madeira que atende às exigências de sustentabilidade (certificada e de demolição) em todo o Museu.

Cerca de 85% da madeira necessária para a recuperação das esquadrias foram utilizados do material já existente no edifício, com a reutilização de madeira da cobertura original, datada de 1946. Já na construção da nova cobertura, foram empregadas 89 toneladas (67 m³) de madeira certificada proveniente da Amazônia.


Museografia e Conteúdo
Um dos primeiros museus totalmente dedicado a um idioma, o Museu da Língua Portuguesa celebra a língua como elemento fundador e fundamental da nossa cultura. Por meio de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos, o visitante é conduzido a um mergulho na história e na diversidade do nosso idioma.

O Museu terá experiências inéditas, como “Línguas do Mundo”, que destaca 20 das mais de 7 mil línguas faladas hoje no mundo; “Falares”, que traz os diferentes sotaques e expressões do idioma no Brasil; e “Nós da Língua Portuguesa”, que apresenta a língua portuguesa no mundo, com os laços, embaraços e diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Serão mantidas as principais experiências como a instalação “Palavras Cruzadas”, que mostra as línguas que influenciaram o português no Brasil; e a “Praça da Língua”, espécie de ‘planetário do idioma’ que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada, em um espetáculo imersivo de som e luz.

 

Ações extramuros
Em quase 10 anos de funcionamento (2006-2015), o Museu recebeu cerca de 4 milhões de visitantes. Durante a reconstrução, a língua portuguesa continuou sendo celebrada como patrimônio imaterial e tema do Museu, por meio de atividades culturais e educativas, como as realizadas em 2017, 2018 e 2019 no Dia Internacional da Língua Portuguesa, na Estação da Luz; na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip); nas bienais do livro do RJ (2017) e SP (2018) e com a mostra itinerante “A Língua Portuguesa em Nós”, que foi apresentada em 2018 em países da África onde se fala português – Cabo Verde, Angola e Moçambique –, em Portugal e na Flip.

No segundo semestre de 2019, o Programa Educativo — Escola, Museu e Território foi implementado para rearticular o diálogo do museu com jovens, educadores e vizinhos. As atividades, incluindo curso de formação para professores de escolas públicas da região sobre Território Educativo e Cultural, prosseguiram até 30 de novembro e os resultados ajudarão a compor o programa educativo do Museu após sua reabertura. As ações são articuladas com uma rede de 23 instituições de educação, 25 de cultura, além de parcerias com instituições públicas de São Paulo.

“O Museu da Língua Portuguesa, agora reconstruído, retoma sua vocação de espaço de educação por excelência, em que patrimônio histórico, experiências museológicas e ações educativas se complementam e se comunicam para celebrar nosso maior patrimônio imaterial, o nosso idioma”, diz Lucia Basto, gerente geral de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho.

Para Miguel Setas, presidente da EDP no Brasil, a conclusão da obra é motivo de orgulho para a EDP, que, sendo uma empresa portuguesa, tem um vínculo especial com este projeto. “Desde o início, nos comprometemos em viabilizar a devolução deste espaço cultural à sociedade. Estamos entusiasmados para que a população possa conhecer o novo MLP, que, quando for reaberto, trará experiências inéditas, sem perder de vista a interatividade que o transformou em sucesso de público”, destaca.

Para a Sabesp, é uma honra investir e apoiar a preservação de importantes equipamentos históricos e culturais. Muito além do saneamento, a empresa afirma ter por objetivo garantir e promover qualidade de vida, por isso valoriza ações que transformem a sociedade. “O Museu da Língua Portuguesa faz parte da memória e da história de São Paulo, além de celebrar e valorizar nossa língua. Para a Sabesp será um orgulho vê-lo totalmente restaurado e em pleno funcionamento, cumprindo seu papel transformador da cultura e da educação”, enfatizou a direção da companhia.

Por sua vez, Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, declara que iniciativas assim aproximam as pessoas do idioma e da literatura. “Algo fundamental para superar a distância entre o sujeito e a leitura. Afinal, como dizia Antônio Candido, a garantia aos direitos humanos está no acesso à arte e cultura e tem sua essência na leitura, para o sujeito ter a capacidade de criar suas referências”, conclui, acrescendo que, passo a passo e com firmeza, está muito perto o dia da devolução do Museu de Língua Portuguesa ao público e isso é motivo de muita alegria.

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