O universo de Clarice Lispector é uma caixa de joias. Essa foi a frase da curadora Júlia Peregrino para a exposição inaugurada em abril de 2007 no Museu da Língua Portuguesa, em homenagem aos 30 anos de morte da escritora, e também em comemoração ao aniversário de um ano do Museu.
Nascida em 1920, na Ucrânia, e naturalizada brasileira, a pequena Clarice chegou ao Brasil antes de completar dois anos de idade. Viveu em Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro e também em outros países, acompanhando o marido, que era diplomata.
Com seleção de textos de Ferreira Gullar e cenografia de Daniela Thomas, a proposta da exposição era transmitir, ao visitante, partes da vida, alma e obra da escritora. Com características interativas, a exposição reunia trechos de obras e documentos pessoais. Em uma das salas expositivas, foi criado um ambiente com 2 mil gavetas, das quais era possível abrir 65. Dentro delas, estavam manuscritos, cartas e seus cadernos de notas.
A exposição ficou em cartaz por aproximadamente seis meses e contou, também, com uma série de palestras e exibição de filmes de curta e longa metragens sobre a obra da escritora.
Clarice Lispector morreu em 1977. Pela excelência de seu trabalho, mesmo três décadas após a sua morte, sua obra se mantém única na história da literatura brasileira. Os documentos exibidos na exposição foram do Acervo Clarice Lispector, sob a responsabilidade e guarda do Arquivo – Museu da Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa.