Língua portuguesa é celebrada na Flip

Programação do Museu da Língua Portuguesa na 15ª edição da Festa Literária leva para a Casa da Cultura de Paraty exposição inspirada na experiência-símbolo do Museu, mesas de debate, oficina e apresentações artísticas

O Museu da Língua Portuguesa leva para a 15ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) programação especial com exposição, rodas de conversa, oficina literária e apresentações artísticas. As atividades serão realizadas na Casa de Cultura, no centro histórico de Paraty, e são gratuitas e abertas ao público em geral (veja agenda completa abaixo).

“Será a festa da língua portuguesa. Celebrar esse idioma falado em nove países e por mais de 260 milhões de pessoas em um dos maiores eventos literários do país, com atividades que vão desde um dos recortes mais expressivos do Museu – a praça da língua – até expressões das culturas indígenas e caiçaras, demonstra o quanto nossa língua é vibrante, intensa e presente nas mais diversas manifestações culturais”, afirma o secretário da cultura do estado de São Paulo, José Luiz Penna.

“Atuar com o patrimônio cultural é, para nós, uma forma de cuidar da educação. Quando criamos o Museu da Língua Portuguesa, inovamos ao apresentar um patrimônio imaterial (a nossa língua) em um museu. Também inovamos ao pensar a exposição principal como uma viagem de reconhecimento das nossas identidades, saberes e culturas, por meio da palavra. Agora, inclusive durante o restauro, continuamos criando novas experiências e relações em torna da língua portuguesa, como essa da Flip, para manter viva a missão educativa desse museu”, afirma José Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo e presidente da Fundação Roberto Marinho.

“O Museu da Língua Portuguesa celebra a língua viva: falada, escrita, ouvida e cantada. É esse espírito de celebração que trouxemos para a Flip, em seus cinco dias de atividades, e para a exposição Praça da Língua, que fica em cartaz até o fim de agosto”, diz Hugo Barreto, secretário geral da Fundação Roberto Marinho.

“A língua portuguesa é um patrimônio valioso que une Brasil e Portugal. É hoje a língua mais falada no hemisfério sul e uma das mais faladas no mundo. O sucesso de mais de 20 anos da EDP no Brasil está intimamente ligado a este patrimônio comum, que une nossas culturas e aproxima nossos valores, nossa forma de pensar e nossa forma de estar. Por isso, não hesitamos quando surgiu a oportunidade de nos tornarmos patrocinadores Máster da restauração do Museu da Língua Portuguesa. Agora, como patrocinadores da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, a mais conceituada do Brasil, continuamos apostando na valorização do nosso idioma comum e nas suas manifestações criativas e culturais”, diz o presidente da EDP Brasil, Miguel Setas.

O Museu da Língua Portuguesa na Flip é uma iniciativa do Governo do Estado, em parceria com a Secretaria da Cultura do Estado, da Fundação Roberto Marinho, da EDP e do Grupo Globo.

Praça da Língua

No Salão Nobre da Casa da Cultura de Paraty, uma instalação audiovisual vai recriar a experiência-símbolo do Museu: a Praça da Língua, espécie de “planetário do idioma” que homenageia a língua escrita, falada e cantada, em um espetáculo de som e luz. A experiência recupera extratos do áudio original do Museu, criada com curadoria de Arthur Nestrovski e José Miguel Wisnik. São trechos clássicos da poesia, prosa e música produzidas em língua portuguesa e interpretados por nomes como Maria Bethânia e Matheus Nachtergaele. A exposição também vai mostrar os avanços na restauração do museu, atingido por um incêndio em dezembro de 2015.

A mesa de abertura da exposição “Praça da Língua” será realizada na sexta-feira, 28 de julho, às 11h. Batizada com um verso de Fernando Pessoa, “Que o mar unisse, já não separasse”, contará com convidados como o editor e livreiro português José Pinho, que transformou a cidade portuguesa de Óbidos em vila literária; a editora da Revista Pessoa, Ana Elisa Ribeiro; a tradutora literária australiana Alison Entrekin, radicada no Brasil; e a jornalista Luciana Araujo Marques. A mediação será do professor da Sorbonne Leonardo Tônus, idealizador do evento Printemps Littéraire, maior evento de divulgação da língua portuguesa na Europa. Também estarão presentes no evento a secretária da Cultura de Paraty, Cristina Maseda; o secretário geral da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto; e o diretor-presidente da empresa portuguesa EDP, Miguel Setas. A exposição fica aberta até dia 27 de agosto.

Diálogos, oficinas, música e dança

Literatura, língua portuguesa, as identidades na comunidade lusófona e a cultura da região de Paraty se unem na programação do Museu da Língua Portuguesa na Flip. A programação literária, com mesas-redondas e oficina, será realizada em parceria com a Revista Pessoa – publicação voltada para a produção literária de língua portuguesa – com autores, editores, jornalistas e livreiro brasileiros e portugueses.

Na quinta-feira, 27, a oficina “Ortografia também é gente” vai trabalhar a palavra, seus usos e sentidos na era digital, no salão nobre da Casa da Cultura. Na sexta, 28, têm início as mesas-redondas, com a abertura da exposição. Às 13h30, a mesa “Sentir é criar” revisita o “sensacionismo”: movimento criado por Fernando Pessoa, para debater a “análise intelectual do sentimento” e o enfrentamento de questões como o ódio e o medo. Na oportunidade, haverá intervenção de leitura performática da obra de Fernando Pessoa e dos autores convidados (Maria Esther Maciel, Bruna Beber, Ricardo Aleixo e António Carlos Cortez), com mediação do editor da Revista Época, João Gabriel de Lima.

A cultura de Paraty também é presença marcante na programação artística, que acontecerá no pátio da Casa da Cultura, com o Jongo do Quilombo do Campinho da Independência (28); o grupo de ciranda Os Caiçaras (29); o movimento Esquina do Rap, que promove a cultura hip hop na cidade; e o Coral Indígena Guarani da Aldeia Itaxi (30), formado por crianças.

Sobre o Museu da Língua Portuguesa

O Museu da Língua está sendo reconstruído, em São Paulo, após o incêndio que o atingiu em dezembro de 2015. Estão em curso, atualmente, as obras de restauro da fachada e esquadrias. A inauguração está prevista para 2019. Seu acervo, o patrimônio imaterial da língua, continua sendo celebrado por meio de atividades como as da Flip e as realizadas em maio de 2017 no saguão da Estação da Luz, em São Paulo, para a celebração do Dia Internacional da língua portuguesa. Em 10 anos de funcionamento na Estação da Luz, em São Paulo, o Museu recebeu cerca de 4 milhões de visitantes (319 mil destes em ações educativas). Primeiro do mundo totalmente dedicado a um idioma, trouxe ao país um novo conceito museográfico, que alia tecnologia e educação. Com uma narrativa audiovisual e ambientes imersivos, permitiu aos visitantes descobrir novos aspectos do idioma, elemento fundador da cultura do país.

O Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, concebido e realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Tem como patrocinador máster a EDP, como patrocinadores o Grupo Globo e o Grupo Itaú e o apoio do Governo Federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O IDBrasil é a organização social responsável pela gestão do Museu.

Programação – Museu da Língua Portuguesa na Flip

Exposição Praça da Língua
26 de julho a 27 de agosto
Casa de Cultura de Paraty – Salão nobre
Grátis

Instalação audiovisual que recria a experiência-símbolo do Museu da Língua Portuguesa: a Praça da Língua. Uma espécie de “planetário da língua”, onde o universo da palavra é reverenciado em um espetáculo de som e luz que apresenta joias da língua portuguesa escrita, falada e cantada, em uma sequência de peças de canto e literatura das diversas regiões do Brasil e dos países lusófonos.

Oficina – Ortografia também é gente
27 de julho – 15h às 17h.
Casa da Cultura de Paraty – Salão nobre

Linguagem, língua e tecnologia. A oficina pretende mostrar como trabalhar a palavra, compreender seus usos e seus sentidos na era digital. Ministrada por Ana Elisa Ribeiro

Ana Elisa Ribeiro nasceu em 1975, em Belo Horizonte, cidade onde vive. É autora de livros de poesia, conto, crônica e literatura infanto-juvenil, por diversas editoras brasileiras. Bacharel e licenciada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, onde também se formou mestre e doutora em Estudos Linguísticos. É professora e pesquisadora nos campos da Linguística Aplicada e da Edição, no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais.

Sujeito à lotação – distribuição de senhas 15 minutos antes

Esquina do Rap
27 de julho – 20h às 21h.
Casa da Cultura de Paraty – Pátio

Movimento de rua Esquina do Rap promove a cultura hip hop em Paraty estimulando a liberdade de expressão e a cultura.

Mesa de abertura daprogramação da Praça da Língua: Que o mar unisse, já não separasse
28 de julho – 11h às 13h
Casa da Cultura de Paraty – Salão Nobre.

A busca de um sentido para a lusofonia, com seus pontos de contatos e suas fricções. Diferenças que unem ou separam? Uma perspectiva histórica sobre a língua portuguesa e uma reflexão sobre o seu futuro e seu lugar no mundo. Com quais instrumentos fazer avançar esse mar? Com Alison Entrekin, Ana Elisa Ribeiro, Luciana Araújo Marques e José Pinho.
Mediação: Leonardo Tonus (coordenador dos Estudos Lusófonos da Sorbonne)

Alison Entrekin é tradutora literária australiana radicada no Brasil. Verteu para o inglês “Cidade de Deus”, de Paulo Lins, “O filho eterno”, de Cristovão Tezza, “Perto do coração selvagem”, de Clarice Lispector, e “Budapeste”, de Chico Buarque, entre outros. Está trabalhando na tradução de “Grande Sertão: Veredas”.

Ana Elisa Ribeiro nasceu em 1975, em Belo Horizonte, cidade onde vive. É autora de livros de poesia, conto, crônica e literatura infanto-juvenil, por diversas editoras brasileiras. Bacharel e licenciada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, onde também se formou mestre e doutora em Estudos Linguísticos. É professora e pesquisadora nos campos da Linguística Aplicada e da Edição, no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais.

Luciana Araujo Marques é mestre em Teoria Literária (USP) e doutoranda em Teoria e História Literária (Unicamp). É jornalista e atua no mercado editorial. Está entre os autores selecionados pelo programa Rumos Literatura, do Itaú Cultural, que teve como objetivo apresentar novos nomes da produção crítica brasileira com foco na produção literária contemporânea do Brasil, tendo como resultado a publicação do livro de ensaios “Protocolos Críticos” (2009). Participa do grupo de estudos sobre Graciliano Ramos com o professor Benjamin Abdala e se debruça sobre a influência do Brasil em países de língua portuguesa na África. É colunista da revista Pessoa.

José Pinho. Formado em Línguas e Literaturas modernas, foi editor da revista Devagar e largou a direção de uma importante agência de publicidade para se dedicar ao mundo dos livros. Hoje é dono da icônica livraria Ler Devagar e da histórica Ferin, transformou Óbidos em vila literária, segundo classificação da Unesco, e idealizou o Festival Fólio, com qual pretende estreitar laços entre escritores do universo lusófono.

Sujeito à lotação – distribuição de senhas 15 min antes

Mesa “Sentir é criar”
28 de julho – 13h30 às 14h30.
Casa da Cultura de Paraty – Pátio.

Procuraremos por meio do sensacionismo, movimento criado por Fernando Pessoa, tocar em temas que estão muito presentes no debate público atual. Sentir o quê? Sentir como? É possível pensar com o sentimento ou sentir com o pensamento, como concebia Pessoa? Tentaremos perceber como uma “análise intelectual do sentimento” pode nos ajudar a compreender os mecanismos que engendram os fantasmas da contemporaneidade, como o medo e o ódio. A literatura, em sua plenitude estética, como potência criadora e política.

Com intervenção de leitura performática da obra de Fernando Pessoa e dosautores convidados da mesa. Com Maria Esther Maciel, Bruna Beber, Ricardo Aleixo e António Carlos CortezMediação: João Gabriel de Lima (Revista Época).

Ricardo Aleixo é poeta, artista visual e sonoro, cantor, compositor, ensaísta e editor. Publicou, entre outros, os livros “Impossível como nunca ter tido um rosto” (2016), “Modelos vivos” (2010 – um dos 10 finalistas dos prêmios Portugal Telecom e Jabuti 2011) e “Trívio” (2001). Integra antologias, coletâneas e edições especiais de revistas e jornais dedicados à difusão da poesia brasileira nos EUA, na Argentina, em Portugal, na França, de País de Gales, em Angola e no México. É curador da Feira de Inutensílios. Edita a revista Roda – Arte e Cultura do Atlântico Negro e a Coleção Elixir, de plaquetes tipográficas. É colunista da Rádio Inconfidência FM. Colunista da Revista Pessoa.

Maria Esther Maciel é escritora, pesquisadora e professora de literatura da UFMG. Publicou, entre outros livros, O livro de Zenóbia (ficção, 2004), A memória das coisas (ensaios, 2004),O livro dos nomes (ficção, 2008), As ironias da ordem

(ensaios, 2010), A vida ao redor (crônicas, 2014) e Literatura e animalidade (ensaio, 2016).

Bruna Beber. A poesia de Bruna Beber (Duque de Caxias, 1984) combina de maneira original humor e melancolia para falar dos azares da vida amorosa, revelar breves instantâneos da paisagem urbana brasileira e refletir sobre o próprio ofício de escritora, driblando com igual habilidade o solene e o banal. Seus poemas, reconhecidos entre os mais importantes de sua geração, já foram publicados em revistas e antologias no Brasil, Alemanha, Argentina, Espanha, Estados Unidos,

México e Portugal. Bruna é autora de A fila sem fim dos demônios descontentes (2006), Balés (2009), Rapapés & apupos (2012), Rua da padaria (2013) e, recentemente,Ladainha.

António Carlos Cortez (Lisboa, 1976). Poeta, professor de Literatura Portuguesa, ensaísta e crítico literário (colaborador permanente do Jornal de Letras e das revistas Colóquio-Letras e Relâmpago), publicou desde 1999 dez livros de poesia, os dois últimos já em 2016: A Dor Concreta – antologia pessoal 1999-2016 (Tinta-da-China) e Animais Feridos (Dom Quixote). Está publicado no Brasil na editora Jaguartirica, do Rio de Janeiro, com a antologia O Tempo Exacto e traduzido em edição bilingue (poemas em inglês, castelhano, alemão, italiano, francês, holandês e romeno), no Lirikline – European Poetry Observatory. Finalista do Correntes d’Escritas – Festival Literário Casino da Póvoa 2017. Recebeu em 2011 o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores para melhor livro de poesia de 2010 com Depois de Dezembro (editora Licorne).

Os Caiçaras
29 de julho – 20h às 21h.
Casa da Cultura de Paraty – Pátio

A ciranda, conhecida dança de roda, é tradição em diversas regiões do nosso Brasil. Em Paraty, a ciranda que encanta moradores e visitantes reflete a origem cultural caiçara com traços expressivos da colonização brasileira. Remete às danças europeias de salão e às palmas e batidas indígenas.
O grupo de Cirandeiros “Os Caiçaras” surgiu em 1993, em uma brincadeira entre irmãos e amigos na festa do Divino. Primeira formação Edílson Pádua, Antonio Carlos Passos, José Renato Passos, Leônidas Passos, Sergio Márquez, Cezar Viana (Nego) e Marcos Luis Porto (Dudu do Baiaco).

Coral indígena Guarani da Aldeia Itaxi
Dia 30/07 – domingo, das 14h às 15h.
Casa da Cultura de Paraty – Pátio

Encerramento da programação com o coral infantil indígena Guarani da Aldeia Itaxi. Formado por crianças e adolescentes, o coral recupera instrumentos antigos, músicas e a ancestral cultura musical da etnia Guarani.

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